sábado, 28 de novembro de 2009

"Só um débil mental não viu que era piada do Lula"

Sábado, 28 de novembro de 2009, 07h29 Atualizada às 09h10
Tendler: "Só um débil mental não viu que era piada do Lula"

Bob Fernandes

César Benjamin, 55 anos, é ex-preso político e um dos fundadores do PT. Na sexta-feira, 27, Benjamin escreveu um artigo na Folha de S. Paulo e acusou o hoje presidente Lula de ter revelado, em 1994, uma tentativa de estupro dele, Lula, contra um "menino do MEP". Tentativa que teria acontecido em 1980, quando o então líder sindical Lula esteve preso por 30 dias, e na mesma prisão, com o jovem da organização de esquerda que já não existe, o MEP. César Benjamin cita, em seu texto, uma testemunha, "um publicitário brasileiro que trabalhava conosco cujo nome também esqueci".

O "publicitário" é o cineasta Silvio Tendler, que em 1994 trabalhou na campanha de Lula à presidência da República. De início, afirma Tendler:

- Ele diz não se lembrar de quem era o "publicitário", mas sabe muito bem que sou eu. Eu estava lá e vou contar essa história...

Sobre os fatos e a acusação, gravíssima, o cineasta, o documentarista Silvio Tendler conta o que viu e o que recorda daquele almoço em meio à campanha presidencial de 1994:

- Era óbvio para todos que ouvimos a história, às gargalhadas, que aquilo era uma das muitas brincadeiras do Lula, nada mais que isso, uma brincadeira. Todos os dias o Lula sacaneava alguém, contava piadas, inventava histórias. A vítima naquele dia era um marqueteiro americano. O Lula inventou aquela história, uma brincadeira, para chocar o cara...só um débil mental, um cara rancoroso e ressentido como o Benjamin, guardaria dessa forma dramática e embalada em rancor, durante 15 anos, uma piada, uma evidente brincadeira...

Veja também:
» Leia o artigo de César Benjamin na Folha de S. Paulo
» Saiba mais sobre a prisão de Lula em 1980
» Siga Bob Fernandes no twitter

Silvio Tendler já fez cerca de 40 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens. Além de vários prêmios é detentor das três maiores bilheterias de documentários na história do cinema brasileiro: "O Mundo Mágico dos Trapalhões" (1 milhão e 800 mil espectadores), "Jango" (1 milhão de espectadores) e "Anos JK" (800 mil espectadores).

Na 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, neste 2009, Silvio Tendler lançou o documentário "Utopia e Barbárie", no qual trabalhou durante 19 anos. Dentre os personagens ouvidos pelo documentarista mundo afora, o general vietnamita Vo Nguyen Giap, que derrotou os exércitos francês e americano. "Giap, o maior general do século XX", segundo o cineasta.


O ex-preso político César Benjamin (foto Agência Brasil)

Na conversa que se segue, o documentarista Silvio Tendler recorda a história da história de Lula e o "menino do MEP".

Terra Magazine - Silvio Tendler, é você o publicitário citado por César Benjamin no artigo na Folha de S.Paulo?
Silvio Tendler - Eu mesmo, em pessoa.

Você estava lá? Você, o Lula, o César Benjamin, o publicitário Paulo de Tarso e o tal marqueteiro dos Estados Unidos?
Na verdade eu não me lembro é do César Benjamin lá no almoço (...) e, sim, o publicitário que ele diz não lembrar era eu. E ele, se estava lá, sabe e se lembra que era eu; não tinha mais três publicitários na campanha, portanto ele sabe que era eu quem estava lá...mas eu não sei se ele estava, não me lembro, de verdade, se ele tava na sala. Ele agora diz não se lembrar do "publicitário" porque sabe que eu não iria corroborar essa maluquice, até porque eu vi, testemunhei, a quantidade de erros, de bobagens que ele cometeu durante a campanha...

Ele, César Benjamin?
Ele, Benjamin...por exemplo: já tava tudo perdido, um dos poucos apoios que o Lula ainda tinha depois daqueles erros de ataques da campanha ao Plano Real, era o da Igreja. E de repente o César resolveu botar como pauta do dia o quê?

O quê?
O aborto! Só isso. Esse cara montava e desmontava os programas como se fosse um expert em comunicação... e não era. Me lembro de outra história dele. Tinham inventado uma legislação casuística, criada para segurar o Lula, que tinha feito aquelas caravanas pelo Brasil. Não podia ter imagem externa em movimento... então fizemos um video-clip, eu e minha ex-mulher, a jornalista Tânia Fusco. Ela fez o texto, e eu, com as fotos dele na caravana e outras imagens, fiz, fizemos um clip, uma biografia do Lula a partir de fotos...

E aí?
Aí fui dar aula no Rio de Janeiro por dois dias, o comando da campanha era em São Paulo, e quando voltei o clip estava desfigurado pelo gênio da comunicação. Onde havia poesia o César colocou chavões do tipo "arrocho salarial"...

Por quê?
Porque se acha um gênio, melhor do que todo mundo... peguei meu boné e fui embora pro Rio...

E o César?
Ele continuou com suas trapalhadas. E quinze anos depois ele segue em campanha, agora contra o Lula diretamente. Ele atrapalhou o Lula em 94 e segue tentando atrapalhar o Lula.

Ok, esses detalhes à parte, você estava à mesa do almoço no dia da tal conversa do Lula?
Eu estava lá, sentado à mesa. Eu sou o publicitário "anônimo" que estava lá. O Lula, um cara que foi brincalhão durante toda a campanha, mesmo quando já tava tudo perdido. Eu até pensava "esse cara passa a noite pensando em como sacanear os outros", porque todo dia tinha uma piada, um brincadeira, uma vítima de gozação... nesse dia o Lula queria chocar o tal marqueteiro americano...

O James Carville era...
O James Carville tinha sido contratado para ajudar na campanha do Fernando Henrique e nós tínhamos o nosso americano também. O Lula brincava: "O americano do Fernando Henrique fez a campanha do Bill Clinton, o nosso americano fez a campanha do Daniel Ortega" (NR: Ex e atual presidente da Nicarágua). Bem, o Carville já tinha ou tava sendo mandado embora da campanha do FHC e a campanha do Lula também ia despachar o "nosso" americano.

E o que aconteceu?
...e aí, nesse dia, o Lula, claramente num clima de brincadeira, tava a fim de sacanear, de chocar o americano com essa história dele "seco" na prisão, todos na mesa, nós todos, sabíamos que aquilo era uma brincadeira, era gozação, sacanagem, e imaginando como seria se fosse traduzido pro cara...

Você tem, teve então a certeza de que era uma brincadeira? Não teve e não tem nenhuma dúvida?
Nenhuma. Era claro, óbvio que era uma brincadeira, mais uma piada, mais uma gozação do Lula, nenhuma dúvida. E além disso a história, a cena toda não teve de forma alguma esse ar, essa dramaticidade que o César enfiou nesse texto melodramático. É incrível essa história... todos sabíamos que aquilo era uma brincadeira, como tantas outras feitas durante a campanha...

As tais "conversas de homem"...
Nem era esse clima "conversa de homem", era brincadeira, pura gozação, nenhuma responsabilidade, nunca, nunca com esse tom de "confissão" que o Benjamin fez parecer que teve. E você acha que se isso fosse, soasse verdadeiro, todos nós não ficaríamos chocados? Todos ali da esquerda, com amigos presos, ex-presos e tudo mais, você acha que nós ouviríamos aquilo com tom de verdade, se assim fosse ou parecesse, e não reagiríamos, não ficaríamos chocados?

Na sua opinião, que conhece os personagens dessa história, o que aconteceu?
O César Benjamin guardou ressentimentos por 15 anos para agora despejar todo esse rancor. Ele pirou com o sucesso do Lula. Ele transformou uma piada num drama, vai ganhar o troféu "Loura do ano".

O Paulo de Tarso estava lá?
Estava. E estava o americano... pensa só uma coisa: você acha que o Lula, logo o Lula, tão pouco esperto como ele é, em meio a uma campanha presidencial, vai chegar na frente de um gringo que ele mal conhecia, um gringo que vai voltar pro país dele e contar tudo o que viu, você acha que o Lula vai chegar pra um gringo que nunca viu, na frente de testemunhas, e vai contar que tentou estuprar alguém? É, foi óbvio, evidente, que aquilo era gozação, piada, brincadeira, sem nada desse drama todo do Benjamin de agora... rimos e ninguém deu a menor importância àquilo...

Você, um cineasta, um documentarista que viveu a cena, relembrando-a quadro a quadro, o que verdadeiramente pensa, o que diria hoje?
O Lula adorava provocar... era óbvio para todos que ouvimos a história, às gargalhadas, que aquilo era uma das muitas brincadeiras do Lula, nada mais que isso, uma brincadeira. Todos os dias o Lula sacaneava alguém, contava piadas, inventava histórias. A vítima naquele dia era o marqueteiro americano. O Lula inventou aquela história, uma brincadeira, para chocar o cara... como é possível que alguém tenha levado aquilo a sério?

Então...
Isso não tem, não deveria ter importância nenhuma. Só um débil mental, um cara rancoroso e ressentido como o Benjamin, guardaria dessa forma dramática e embalada em rancor, durante 15 anos, uma piada, uma evidente brincadeira...

Terra Magazine

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

AS VERBAS DA RIOFILME ADMINISTRADAS PELO FUNDO LACAN: NEM FREUD EXPLICA.

A Riofilme é uma empresa pública, uma S.A. com mandato para
DISTRIBUIR(sua principal função), produzir, có-produzir,
có-distribuir, estabelecer parcerias, contratos, convênios, investir.
Tem a autonomia que qualquer S.A. tem, podendo, inclusive negociar
suas ações em bolsa.

O Funcine é um mecanismo inventado na França por bancos interessados
em transformar incentivos fiscais em bom negócio. Objetivo válido que
capta no mercado recursos privados para aplicar em filmes rentáveis.
Opera como qualquer fundo de investimentos.

Por que grandes empresas, fundos internacionais intergovernamentais
(Ibermedia, por exemplo) não operam com Funcines. por que o Fundo
setorial do Audiovisual preferiu operar com a Finep?

Pirueta nebulosa esse Funcine "da" Riofilme. Os governos, Federal,
Estadual e Municipal, numa iniciativa inédita se dispõem a investir na
indústria cinematográfica do Rio de Janeiro com um aporte inicial de
dezoito milhões de reais. Alvissarás! A Cultura Carioca comemora!
Temos tudo: temos o mar, temos a floresta, temos a gente, temos enfim
a paisagem os cenários , as histórias e a Cultura. E mais: SOMOS O
ÚNCO MUNICIPIO BRASILEIRO A TER UMA EMPRESA PÚBLICA, UMA S.A., CAPAZ
DE EXECUTAR ESSE PROGRAMA!.

Aí chegam os gênios do mercado, aqueles que apregoam a ineficácia do
Estado e sonham com seu desmonte. Na hora do prejuizo pedem socorro ao
Estadio, o tão mal falado Estado. Está acontecendo agora nos Estados
Unidos com o governo tendo que bancar banco (olha o jogo de palavras),
seguradora e fábrica de autmóveis. Lutamos aqui contra a privatização
da Vale , em defesa da Petrobras (quem se lembra da idéia de jerico
de transformar a Petrobras em Petrobraxx?) e tantas outras lutas
em defesa do interesse 'público. Não entendo repassar
recursos públicos para operar através de corretora de valores. Se
estive errado, por favor me corrijam.

O que leva alguém a acreditar que tem que repassar
dezoito milhões de reais públicos para a corretora de um
banco para produzir filmes quando a Prefeitura do Rio é a única
do Brasil a dispor de uma empresa S.A. dedicada à distribuição
cinematográfica dotada de mecanismos legais para fazê-lo diretamente?

A Riofilme tem mecanismos para assinar com o BNDES e com o Governo do
Estado acordos de gestão de dinheiros públicos, captar no mercado e
fazer aplicação direta em cinema sem a necessiadade de passar por
Funcine.

O bom resultado alcançado pela Riofilme com a distribuição de
"Divà"e"Simonal" tão alardeado pela direção da empresa é a prova
concreta do que a Riofilme é capaz.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Carla Siqueira escreve sobre Utopia

uma tarde de 1984, fui ao cinema assistir ao documentário Jango, de Silvio Tendler. Tinha 16 anos e ali foi despertado - definitivamente - meu interesse pela história. Saíamos então da ditadura militar e o filme de Silvio descortinava, para uma jovem como eu, fatos e versões, ou seja, a visão de que não só as narrativas históricas podiam ser diversas, mas também o entendimento de que a própria história encerra em si múltiplas possibilidades, e que ela poderia ter sido diferente... (ou, ainda, que ela poderia ser diferente...) O cineasta, que viveu a "geração 68" integralmente, havia sonhado utopias e visto barbáries. No maio de 1968 em que eu nascia, o rapaz de 18 anos tornava-se cronista da história. Uma história que, naquele momento, era embalada por lemas libertários. Pano rápido: o mundo deu voltas, muitas. Utopias e barbáries. Muitas. Hoje, dia 13 de novembro de 2009, acabo de ver o novo filme de Silvio pela décima vez, resultado da sorte de ter participado, ainda que pontualmente, da sua produção. A cada vez que assisto a Utopia e Barbárie fico emocionada. De sua origem no Latim, emocionar-se quer dizer que ficamos movidos para fora de nós mesmos. Tomara que vocês vejam esse filme. Tomara que se emocionem. Tomara que fiquem tocados a buscar caminhos para fora de si e na direção do outro, fraternalmente. Como bem diz o poeta Ferreira Gullar no filme, uma vez que a vida é finita, é no outro que teremos continuidade. Salve, Silvio, seu filme inspira! Ecoam suas palavras: "Solta o coração e vai!".

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Sergio Peo X Plano Colombia X Mídia

---------- Forwarded message ----------
From: Sérgio Casemiro Juca dos Santos
Date: 2009/11/9
Subject: Re: Desmascarada a farsa das bases americanas na Colômbia
To: Silvio Tendler


Silvio,
A entrada do exército americano via Colômbia de Uribe, de olhos
grandes na Amazônia é preocupante. A dominação americana no Brasil
cresceu durante os 30 anos da ditadura militar e a arma de ponta foi o
controle das comunicações na imprensa e TV. O gigante testa de ferrp
global no Brasil foi a herança. Nos últimos 20 anos só tem espaço para
enlatados importados e evangélicos, o império que cresce a margem. A
TV Pública está abrindo o que poderia ser o espaço de resistência para
a produção independente brasileira ao enlatado importado. É
preocupante a grade da TV aberta. No Brasil atual acho que é assunto
para análise (a grade aberta nacional de TV) e debates a partir de
quem está estudando cinema e comunicação nas Universidades. Se vc
esquentar o assunto eu quero acompanhar e contribuir de perto. Você
ainda dá aulas na Puc, né? Pois é ...
Abraços,
Sérgio Péo

P.S Silvio,
Complementando: quem estabelece opinião no Brasil é a TV aberta.
Lembra do Collor?Abs
Sergio Péo

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Enquanto discutimos cinema de mercado

Artigo publicado em Argenpress 9/11/2009 desmascara a farsa da
presença militar norte-americana na Colômbia. Os bons tempos da guerra
fria voltaram.


Eva Golinger
Un documento oficial del Departamento de la Fuerza Aérea del
Departamento de Defensa de Estados Unidos revela que la base militar
de Palanquero, Colombia “garantiza la oportunidad para conducir
operaciones de espectro completo por toda América del Sur”. Esta
afirmación contradice las explicaciones dadas por el presidente Álvaro
Uribe y el Departamento de Estado de EEUU sobre el acuerdo militar
firmada el pasado 30 de octubre entre Washington y Colombia.

Los gobiernos de Colombia y EEUU han mantenido públicamente que el
acuerdo militar se trata solamente de operaciones y actividades dentro
del territorio colombiano para combatir el narcotráfico y el
terrorismo interno. El presidente Uribe ha reiterado múltiples veces
incluso en la reunión de la UNASUR en Bariloche, Argentina que su
acuerdo militar con Washington no afectará a sus vecinos. No obstante,
el documento de la Fuerza Aérea de EEUU confirma lo contrario e indica
que las verdaderas intenciones y objetivas detrás del acuerdo son para
poder realizar operaciones militares a nivel región para combatir la
“amenaza constantes de los gobiernos anti-estadounidenses”.

El acuerdo militar entre Washington y Colombia autoriza el acceso y
uso de siete instalaciones militares en Palanquero, Malambo,
Tolemaida, Larandia, Apíay, Cartagena y Málaga. Adicionalmente, el
acuerdo permite “el acceso y uso de las demás instalaciones y
ubicaciones” por todo el territorio colombiano, sin restricciones.
Junto con la impunidad plena que este acuerdo otorga a los militares,
civiles y contratistas estadounidenses que entrarán a territorio
colombiano en el marco del convenio, la autorización para que EEUU
utilice cualquier instalación en el país, incluyendo a los aeropuertos
comerciales, significa una entrega total de la soberanía colombiana.

El documento de la Fuerza Aérea destaca la importancia de la base
militar de Palanquero y habla sobre la necesidad de invertir 46
millones de dólares para acondicionar la pista aérea, las rampas y
varias otras instalaciones de la base para convertirla en una
Localidad de Cooperación en Seguridad (CSL) de EEUU. “Estableciendo
una Localidad de Cooperación en Seguridad (CSL) en Palanquero apoyará
la Estrategia de Postura del Teatro del Comando Combatiente (COCOM) y
demostrará nuestro compromiso con la relación con Colombia. El
desarrollo de este CSL nos da una oportunidad única para las
operaciones de espectro completo en una sub-región crítica en nuestro
hemisferio, donde la seguridad y establidad están bajo amenaza
constante de las insurgencias terroristas financiadas por el
narcotráfico, los gobiernos anti-estadounidenses, la pobreza endémica
y los frecuentes desastres naturales”.

No es difícil imaginar cuales gobiernos en Suramérica son considerados
por Washington como “anti-estadounidenses”. Sus constantes
declaraciones agresivas contra Venezuela y Bolivia, e incluso Ecuador,
comprueban que son los países del ALBA que son percibidos por
Washington como una “amenaza constante”. De clasificar un país
“anti-estadounidense” es considerarlo un enemigo de Estados Unidos.
Bajo este contexto, es lógico pensar que EEUU reaccionaría frente a
una región llena de “enemigos” con una agresión militar.

La lucha contra el narcotráfico es secundaria

Según el documento, “El acceso a Colombia profundizará la relación
estratégica con los Estados Unidos. La fuerte relación de cooperación
en seguridad también ofrece una oportunidad para conducir operaciones
de espectro completo por toda Suramérica, incluyendo el apoyo para las
capacidades de combatir el narcotráfico.” Aquí es evidente que la
lucha contra el narcotráfico es un asunto secundario. Este hecho
contradice las explicaciones dados por los gobiernos de Colombia y
Washington que han intentado aparentar que el objetivo principal del
acuerdo militar es para combatir el narcotráfico. El documento de la
Fuerza Aérea prioriza a las operaciones militares continentales
necesarias para combatir “amenazas constantes”, como los gobiernos
“anti-estadounidenses” en la región.

Palanquero es la mejor opción para el alcance continental

El documento de la Fuerza Aérea explica que “Palanquero es sin duda el
mejor lugar para invertir en el desarrollo de la infraestructura
dentro de Colombia. Su ubicación central está dentro del alcance de
las áreas de operaciones en la región y su ubicación aislada ayudarás
minimizar el perfil de la presencia militar estadounidense. La
intención es utilizar la infraestructura existente...mejorar la
capacidad de EEUU para responder rápidamente a una crisis y asegurar
el acceso regional y la presencia estadounidenses Palanquero ayuda con
la misión de movilidad porque garantiza el acceso a todo el continente
de Suramérica con la excepción de Cabo de Hornos”.

Espionaje y guerra

Adicionalmente, el documento de la Fuerza Aérea confirma que la
presencia militar estadounidense en Palanquero, Colombia aumentará las
capacidades de espionaje e inteligencia, y permitirá a las fuerzas
armadas estadounidenses aumentar sus capacidades para ejecutar una
guerra en Suramérica. “El desarrollo de [la base en Palanquero]
profundizará la relación estratégica entre EEUU y Colombia y está en
el interés de las dos naciones [La] presencia también incrementará
nuestra capacidad para conducir operaciones de Inteligencia, Espionaje
y Reconocimiento (ISR), mejorará el alcance global, apoyará los
requisitos de logística, mejorará las relaciones con socios, mejorará
la cooperación de teatros de seguridad y aumentará nuestras
capacidades de realizar una guerra expedita.”

El lenguaje de guerra de este documento evidencia las verdaderas
intenciones detrás del acuerdo militar entre Washington y Colombia:
están preparándose para una guerra en América Latina. Los últimos días
han estado llenos de conflictos y tensiones entre Colombia y
Venezuela. Hace días, el gobierno venezolano capturó tres espías del
Departamento Administrativo de Seguridad (DAS) de Colombia ¬ su
agencia de inteligencia y espionaje ¬ y descubrió varias operaciones
activas dirigidas a la desestabilización y el espionaje contra Cuba,
Ecuador y Venezuela. Las operaciones Fénix, Salomón y Falcón,
respectivamente, fueron reveladas por documentos que encontraron junto
a los funcionarios capturados del DAS. Hace dos semanas, también
fueron hallados 10 cadáveres en el estado Táchira por la frontera con
Colombia. Luego de realizar las investigaciones pertinentes, el
gobierno venezolano descubrió que los cuerpos pertenecían a un grupo
de paramilitares colombianos que se habían infiltrado a territorio
venezolano. Esta peligrosa infiltración paramilitar desde Colombia
forma parte de un plan de desestabilización contra Venezuela que busca
crear un para-estado dentro del territorio venezolano y asi debilitar
al gobierno del Presidente Chávez.

El acuerdo militar entre Washington y Colombia sólo aumentará esta
tensión y violencia regional. Ahora con la información revelada en el
documento de la Fuerza Aérea de Estados Unidos se hace evidente ¬ sin
duda ninguna ¬ que Washington esta buscando promover una guerra en
Suramérica, utilizando a Colombia como su base de operaciones. Frente
a esta declaración de guerra, los pueblos de América Latina tienen que
mostrar unidad y fuerza. La integración latinoamericana es la mejor
defensa contra la agresión imperial.

*El documento del Departamento de la Fuerza Aérea de Estados Unidos
fue redactado en mayo 2009 como parte de la justificación del
presupuesto para el 2010 enviado por el Pentágono al Congreso
estadounidense. Es un documento oficial de la Fuerza Aérea y reafirma
la veracidad del Libro Blanco: La Estrategia de Movilidad Global del
Comando Aéreo de la Fuerza Aérea de EEUU que fue denunciado por el
Presidente Chávez durante la reunión de la UNASUR en Bariloche el 28
de agosto pasado. He puesto el documento y la traducción no-oficial de
los segmentos sobre la base de Palanquero en la página web del Centro
de Alerta para la Defensa de los pueblos, un espacio que estamos
construyendo para asegurar que las denuncias e información estratégica
estén disponibles para que los pueblos puedan defenderse con
contundencia frente a la constante agresión imperial

domingo, 8 de novembro de 2009

Arnaldo Carrilho escreve sobre a RIOFILME

Walter Benjamin escreveu que o cinema é uma forma de arte que enfrenta o perigo, ameaçado por salteadores à beira da estrada, sua vida sempre por um fio. No caso presente, o inimigo não mais se esconde; é máscara que se descola sem que a toquemos. Aparece-nos logo a face cruel, crudelíssima, a da assimilação pelo Poder Público do que não é de maneira alguma público e comum: as práticas vorazes do neocapitalismo.

A Riofilme foi sendo aos poucos destruídas pela "classe", i.e., os que detinham força política para não aceitar qualquer forma de regulação. As folgas desta não eram defeitos da legislação, mas oportunidades que a maioria não quis compreender, pois a distribuidora podia adaptar-se caso-por-caso, a cada-caso. Para início de conversa, a "classe" ia ao gabinete do Secretário da(s) Cultura(s) para sabotar a magna tarefa da empresa municipal: a distribuição, ou seja, os atos de comércio atacadista do setor audiovisual.

Ato de burrice extrema, de vez que, assim sendo, se beneficiava uns poucos, poria por terra qualquer tentativa de programadas co-produções, finalizações, comercializaçãoes e lançamentos. Apesar de sua Lei, simples e direta, contemplando os espectros municipal, estadual, nacional e internacional, havia algo que incomodava as "lideranças", que preferiam acacianamente os "fomentos" às "distribuições". Em outras palavras: as DOAÇÕES de gaita do Erário Municipal, de mão-beijada, como se a Teta das rubricas orlaçamentárias fossem sugadas na base do ninguém-tasca.

A cobiça e a avidez eram tão visíveis, que achei melhor pedir minha demissão (junho de 2003) e partir para bem longe do Rio e do País, o que representou um tremendo alívio para as ratazanas do Cinema Brasileiro. Para mim, então, representou uma profunda catarse, porque, faz 48 anos, sou homem do CB que o trata com o carinho e a delicadeza que merece, como uma flor em broto. Ou seja, como arte, num País como o nosso obrigatoriamente indutora de conscientização, nunca de alienação. A tal corretora é o Dragão da Maldade destes tempos de mutação antropológica homologada: os filmes inspirados, de maior ou menor grandeza, serão os Santos Guerreiros que lancetarão o monstro.

É obra de paciência, de ver para crer!

Abraços compungidos e solidários à Classe do abaixo-firmado
Arnaldo C. -, com as condolências de todos pelo desaparecimento do Anselmo.

Requiém II para RIOFILME

Hoje a Riofilme começa a sair da vida para entrar ne História. Amanhã
segunda-feira, 9, serão abertos os envelopes que darão inicio a
seleção da corretora de valores que administrará o "Funcine"da
Riofilme ( o maior cartório que nunca tinha acontecido antes na
história desse país): Pega-se dinheiro público, repassa-de para uma
corretora privada que recebrá uma alta taxa de administração e todas
as garantias que não terá prejuizos, monta-se um comitê gestor sem
discutir com as entidades dos que fazem cinema e zás,o govêrno
municipal se livra de um abacaxi e nós apenas tomamos conhecimento por
esse rápido obituário. De tanto tomar porrada, estamos anestesiados à
dor.

Bem , se a campanha "das Diretas" levou milhöes às ruas, a
"privatização da Vale" foram uns poucos mil e agora a protestar em
defesa da Riofilme fomos uns poucos, cinco ou seis.
Esta indiferença toda significa que a Riofilme não sentou raizes
familiares entre nós. É como uma tia distante que vai embora e a gente
pensa: "que descanse em paz".

Mas esta jovem, Tinha aparência de velha, como tudo que é público no
Brasil de hoje, mas não passou dos 17, 18 anos. Era jovem e forte,
estava em coma por conta do tratamento recebido ao longo desses anos e
foi fundamental na presevação de nossa auto-estima nos tempos de vacas
magras. Produziu e apoiou filmes importantes, deu alento. Durante um
tempo, virou mesmo meca e alento para os cineastas paulistas que
citavam como exemplo: "Rio tem..."E vinham cá buscar grana para
produzir ou apoio para lançar seus filmes. Os ingratos, agora, não
enviam nem telegrama de pesar. A vida é assim mesmo.

Falo de sua juventude, não para celebrar o passado mas para sinalizar
o futuro. Daqui a quatro anos e por uns dois anos seguidos, o Rio será
uma festa: Seremos uma das sedes da Copa do Mundo e daqui a seis, sede
das olimpíadas. Nós artistas devemos entrar em campo nesta festa, não
com nossos aplausos passivos mas com nossas obras que revelem,
discutam, proponham o mundo no qual queremos viver.

Entreguemos o mercado aos mercadores. Nos ocupemos do cinema, não
enquanto negócio, mas enquanto arte, enquanto expressão de um povo e
de uma sociedade. Ë neste sentido que a Riofilme ressucitada ainda
terá um papel como um rio firme que navega nas águas serenas das
idéias e da criação artística e não num rio bravo do bom negócio
rápido e do lucro fácil. O mundo pertence aos criadores e não aos
predadores.
Bom domingo a todos

sábado, 7 de novembro de 2009

Hollywood em Crise ou a Esperança é a última que morre

Cine: “Law abiding citizen”, o la crisis final de Hollywood




Jorge Zavaleta Balarezo (Desde Pittsburgh, Estados Unidos. Especial para ARGENPRESS CULTURAL)

La traducción literal del título es “ciudadano respetuoso de la ley”, y suponemos que este film pronto se exhibirá en pantallas latinoamericanas con un nombre más atractivo. Digamos que eso que se llama “fórmula” -
aceptando, desde ya, que exista una- ha permitido reinvenciones, renacimientos, relecturas, “vueltas de tuerca”. En los 90, se dio por llamar “psicothrillers” a películas como “El silencio de los inocentes”, “Baj
os instintos”, “Mujer soltera busca” y “Deseo y decepción”, producciones de un Hollywood que entonces salía de una crisis para entrar en otra y de las cuales recordamos a los artis
tas que se lucieron o sobreactuaron en estas cintas. Sin duda, más que el cruce de piernas de una hoy devaluada Sharon Stone, la verdadera tensión estaba en la cacería que iniciaba y prolongaba Jodie Foster en el film que le valió un Oscar.

En estos tiempos, con cientos más de películas que han pasado sin gloria y que confirman la gran crisis de la industria del cine norteamericano, los estudios arriesgan cada vez menos. Como se diría comúnmente “van a lo seguro”, “apuestan a ganador”, y en esa búsqueda incesante e
insaciable de nuevas historias que llenen las salas de cine, se cruzan muestras de terror, acción, persecuciones, finales falsos, salvaciones de último minuto.

Cada vez es más cierto que el cine de Hollywood -el mismo que permitió trabajar a maestros como Billy Wilder o Fred Zinnemann- interesa menos. No conmueve a nadie, no llena taquillas, se asegura los ingresos en el verano con alguna mediocre versión de Indiana Jones o una comedia al uso protagonizada por Sandra Bullock, Kate Hudson o Jennifer Aniston. O explota al máxi
mo la carrera de actores como Brad Pitt, haciéndolos sufrir irrecuperables ridículos.

Así estamos. El cine que hoy interesa es el que se ve en los festivales, no sólo en Cannes, Venecia y Berlín, sino también en San Sebastián, Biarritz y Locarno. O en el BAFICI, en Argentina. Y el cine que interesa no es sólo el “indie” norteamericano -cada vez más heterogéneo y “posmoderno”, que trata de veras problemáticas intensas, aunque hay que admitir que por allí se “filtra” cualquier “autor”- sino el de las “periferias”: el de Taiwán, Corea del Sur, Irán, el cine latinoamericano. Realizadores como Kim Ki Duk, Takeshi Kitano, Michael Haneke o Lucrecia
Martel, ninguno de los cuales es estadounidense, han demostrado ya que sus películas sí afirman solventes argumentos, que sus historias no son “gratuitas” y que hay un trabajo, en la ficción fílmica, que va más allá de lo episódico, lo artificial y lo efectista.

Mientras maestros como Scorsese (quien estrena su nueva película el próximo febrero), Coppola y Woody Allen, hacen cine un poco para mantener los viejos éxitos, y cuando Michael Mann y Christopher Nolan se convierten -dentro de la industria- en los más sugerentes e inteligentes directores- el Hollywood de las estrellas hace agua, y no escatima grandes inversiones en mostrar que lo imposible no existe para la tecnología de avanzada. En ese contexto nace “Avatar”, la nueva película de James Cameron, el director de “Titanic”, que se estrenará en Navidad y que, desde ahora, se autoproclama como “lo nunca antes visto”.

Qué diría de todo esto Stanley Kubrick, que era un riguroso experto de la técnica pero que no necesariamente se quedaba sólo en los efectos especiales, que le sirvieron sobre todo a su “2001: Odisea del espacio”, pero quien estaba interesado en tramas certeras, directas, variadas, un
genio capaz de mostrarnos la vida de “Barry Lyndon”, de volver a la pesadilla de la guerra en “Full metal jacket” y de despedirse de este mundo con turbias muestras del imaginario urbano (“Eyes wide shut”).

“Law abiding citizen” es, entonces, un thriller de fórmula, cansino, inútil, que no descubre nada -no podría hacerlo- y que narra la historia de un científico muy dotado cuya hija y esposa son asesinadas (hay una innecesaria violencia en la escena inicial de la película). Entonces, el protagonista inventa mecanismos para vengarse de los criminales y de todos los miembros del aparato judicial-policial que, en su opinión, no han actuado de una forma correcta.

De allí que la película, dirigida por F. Gary Gray, a quien le conocemos sus altibajos (“The italian job”,” El negociador”), nos lleve -sí, como tantas otras- a la cacería que emprenden los detectives, o a la “imaginación” de un Jamie Foxx, que demuestra, en esta ocasión, su absoluta nulidad para el drama, siendo, como es, un actor premiado por la Academia, y por una película sobre Ray Charles.

Por allí explota un celular y mata a una jueza, por allí la chica cosmética, delgada, con figura de modelo, piel nívea y sonrisa dulce no puede negarnos la impostura de la inteligencia que no posee. “Law abiding citizen” es un ejemplo de cuán bajo ha caído Hollywood, y ya no hablemos de los
prejuicios racistas, sexistas, del machismo o la violencia, sino que, así como se producen salchichas en serie, así películas como esta, “en serie”, buscan conquistar espectadores acostumbrados a ciertos géneros. La imaginación escasea mientras las “action movies” -una banalidad del siglo XXI en Norteamérica- quiere darse una nueva oportunidad.

No hay requisitos, realmente, para medir la calidad de una película. La subjetividad del crítico las hace odiarlas o seguirlas con pasión. En el caso del Hollywood de hoy, productos manufacturados como “Law abiding citizen” son la negación misma del arte, ni siquiera hay una formulación sobre el pragmatismo y la moral norteamericanos. Orson Welles se sentiría avergonzado. La recomendación atenta de este cronista es hacer a un lado a la megaindustria, y buscar los canales alternativos. Porque, francamente, la “meca del cine” está hundida no sólo en la peor crisis de su historia sino en las envilecidas y fangosas aguas de un crapuloso capitalismo que ni siquiera cree en sí mismo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Festival de Cinema para Presos em Tucuman na Argentina

 Reproduzo mensagem que fala de um festival de cinema na Argentina onde as projeções são feitas na prisão, colocando na platéia, juntos, jovens detentos e juize.
No Brasil existem experiências semelhantes e participei uma vez em Nova Iguaçu de uma projeção de Ëncontro Com Milton Santos" na delegacia. dentro da cela onde haviam 150 presos ligados ao CV.
Organizaram a projeção o delegado Orlando Zacconne, o cineasta Pablo Cunha e o marcelo Yuka
Silvio

Por qué La Jaula en Tucumán

CDESCO organiza en Tucumán la muestra Itinerante del Festival "La Jaula" 2009.



CDESCO ganó el primer premio el año pasado con el documental: "Diagnóstico Participativo y Resolución de Conflictos en Villa Urquiza". Por la estrecha relación que establecimos con los compañeros de LA JAULA - Buenos Aires, acordamos mostrar en Tucumán los cortos que acaban de verse en la versión oficial del Festival.



¿Qué tiene este festival de particular?

Por una parte la temática del encierro.



Pero otra característica del festival es que el Jurado está integrado por jóvenes privados de la libertad. Se verá en video la deliberación de los jóvenes y la determinación de premios otorgados.



¿Qué se va a ver?

Se verán los 15 cortometrajes los que compitieron

El veredicto del jurado

Amor Sanjuan (documental invitado)

La Cárcel de Bernarda Alba (documental invitado)

Programa completo y descripción de los cortos en www.teatroentrerejas.com.ar



Jueces y presos sentados a la misma mesa

Cada día de proyección finaliza con un debate.



El Viernes 6: "Teatro y Cine SOBRE y EN la Cárcel. Virginia Persano, Mariano Quiroga y Fernando Korstanje.

Para el sábado 7 hemos comprometido la presencia de la Camarista Penal Dra. María del Pilar Prieto, quien es además Profesora de las Cátedras Criminología y Derecho Penal II en la Fac. de Derecho y Ccias. Sociales de la UNT.

Junto a ella estarán algunas de las integrantes del grupo de teatro "Gente Común", de la cárcel de Banda del Río Salí.

Moderará el panel el periodista del programa de la APDH, "Para la Libertad", Pablo Jeger.



La idea es aprovechar las características de los invitados en términos de aprendizajes.

Poder ofrecer al público la posibilidad de satisfacer inquietudes respecto de la vida en la cárcel y de las responsabilidades, alcances y limitaciones de los poderes del estado.



Sólo una sociedad que aprende a respetar los derechos de los que considera "peores" respetará los derechos del conjunto de la sociedad.

Chris Marker, O "Bricoleur"de Sonhos

quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Level Five -- Chris, o "Bricoleur" de sonhos
Chris Marker, a bola da vez

Nossa indigência intelectual nos leva a consumir com moderação e de forma excludente as influências com as quais que alimentamos nosso conhecimento.

A culpa não é deles, é nossa, do nosso estado de isolamento que nos permite ler parcimoniosamente e acessar moderadamente pensadores que não estão na moda.

Já curtimos Robert Drew, Jonas Mekas, Jean Rouch. As ondas passam. Filmes e autores ficam. A bola da vez é Chris Marker. Vamos a ele.

Nas marés em movimento esteve na moda a repulsa aos filmes com narrativa em off. Acusada de “Voz imperial”a exposição de um autor lida por um ator era repudiada como a peste foi na idade média. Metia medo a nossos autores opinar que assim preferiam se expressar por entrevistados que assim serviam de ventriluquos a sua idéias.

O lançamento recente no Brasil de “La Jetée” e “Sans Soleil”trouxe a tona esse "bricoleur"* fantástico do cinema francês que já opera e revoluciona o cinema desde meados dos anos cinquenta (exatamente, para ser mais preciso 1952 com um filme sobre as Olimpíadas na Finlândia. Depois virá o filme em parceria de Alain Resnais ("Les Statues Meurent Aussi”), os filmes de Resnais que Chris estará sempre presente ( “Guernica”, "Toute La Memoire du Monde", “Nuit et Brouillard") e seus vôos solos ( "Lettres de Siberie, Israel, Description d'un Combat”, “Cuba Si"), até o mais famoso, o filme de ficção científica "futurista", na verdade impregnado de passado, memórias e lembranças, o que bem caracteriza o cinema de Chris Marker.

Construído como uma foto-novela, Marker e Resnais são apaixonados por histórias em quadrinhos, “La Jettée” revela a genialidade de um autor em renovação permanente da linguagem cinematográfica. “Bricoleur”antes de tudo, Marker, um apaixonado pro filmes vai fazer da busca permanente seu estilo. Estará entre os primeiros a trabalhar com câmera 16 mm nos anos 50, Super 8 e video nos anos setenta. Digital nos oitenta.

Mistura de Jules Verne e Marco Polo, Chris viajou e narrou meio mundo a bordo de sua pluma e camêra, de cinema ou fotográfica. Dirigiu a Coleção “Petite Planete” para informar aos viajantes sobre os lugares por onde passariam ou sonhavam passar. Na obra de Chris também existe espaço para o lúdico, para o sonho.

Nestas viagens escreveu e fotografou livros ("Coreénes”talvez seja o mais bonito), imaginou filmes, não realizados (tem umrteir, não filmado, “A América Sonha", primoroso sobre os Estados Unidos). E sobretudo filmou muito.
Finlândia, China, Japão, Rússia (como chamar a Ünião Soviética hoje? Vai Rússia mesmo ainda que tenha estado na Sibéria por exemplo), Israel, Chile, Estados Unidos.

Filmou operários e atletas, frequentadores dos parque de Pequim, o urso Siberiano, os soldados transformando uma marcha militar num baile popular na Cuba de imediatamente pós -revolução.

Chris é o mago da imagem e da palavra, eis a razão de sua importância sempre renovada. Sempre resistindo aos modismos Chris opina em su filme pala propria voz (“Le Fond de Láir est Rouge", pela voz de uma amiga, Florence Delay em "Sans Soleil”(1983), Frsnósis Perier em “Souvenir d'un Avenir”

“Level Five”(1997) é seu filme mais intimista onde mais expõe fragmentos de sua vida, imagens de seu espaço físico e...suas proprias mãos!

Primor de construção dramática, narrado pelo próprio Chris e pela atriz Catherine Belkhodja, Chris monta um jogo de guerra no computador onde revelará imagens , algumas inéditas, outra até então apresentadas de forma incompleta dando sentido ao texto e escritura da história.

Chris , um amante da fotografia (faz um gande declaração de amor em “A América Sonha”), em "Level Five”é extremamente crítico. Em Ämérica Sonha”escreve que a fotografia é a “Caça dos anjos” “Ao invés de matar produz um imortal". Em “Level Five “é impiedoso e mostra o fotógrafo como um caçador disposto a matar. Tanto na sequência do personagem que pretende voar do alto da torre Eiffel com uma roupa "ridícula, parecida com a de Batman". O personagem antes de se atirar rumo a morte dá uma paradinha e Chris registra que olha para a câmera e diz que se a câmera não estivesse ali, ele não teria se atirado.
No final do filme em Okinawa, quando todos recebem ordens de se matarem para não se render aos americanos a sequência que mostra as enfermeiras correndo e se jogando de um precipício registra também uma delas dando uma paradinha e olhando para a C6amera e diante da testemunha não lhe restou outra alternativa senão se jogar rumo ao nada. O impiedoso Chris registra tudo em texto e imagens.

A famosa cena dos soldados de Iwo Jima é desmontada com primor quando ela mostra a verdadeira foto chinfrim da bandeira sendo hasteada, da sua reconstrição mediática e do final trágico do soldado-herói.

Para finalizar a sequência da descontrução de lendas e mitos/ reconstrução de imagens, Marker mostra em "Level Five”uma famosa cena de um camponês correndo pegando fogo e caindo em chamas no chão. Esta cena já foi vista em filmes sobre todas as guerras ocorridas pela ásia. Chris revela que a cena aconteceu durante a Segunda-Guerra Mundial nas Filipinas e que...no plano em seguida onde todos os filmes fabricam um morto, ele levanta, vivíssimo, e continua a correr.

A cena mais corajosa do filme é quando o autor resove expor as viosceras e construir a sequência de um papagaio de pelucia, Cocoloco, e fazer um pausa na história para suas reminiscências pessoais. Longa a sequência, entedia os espectadores mais seguramente dá ao autor a sensação do pleno dominio autoral sobre sua obra.

Esse é um pouco o Chris que gostaria de revelar a vocês. Bom filme a todos

* Bricoleur -- Artesão, faz tudo, improvisa, cria
Postado por FILMEDOC.COM às 10:56

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Pequena Catilinária em defesa da Riofilme Ameaçada

Estamos discutindo o destino da Riofilme.
Estamos falando de muito pouco dinheiro para o que a indústria de
cinema requer e a longo prazo. Estamos discutindo o futuro da
Riofilme, uma pequena distribuidora com custeio superdimensionado como
todo elefante branco estatal mas com imenso potencial de bem servir às
suas finalidades.
Técnicamente, insisto, o edital é muito falho não só em relação às
taxas cobradas quanto aos critérios de desempate que dão a impressão de
afunilar numa empresa só que reune todas as condições de obter a
pontuação máxima. Já tinha observado isso e repassei para algumas
pessoas. Um jovem economista observou os mesmos problemas. Aguardo
parecer de gente mais experiente.
O Rio sediará a Copa e as olimpíadas e o potencial de mercado que vai
gerar para o audiovisual é imenso e a curto prazo (quatro anos para
uma indústria não é nada -- é o tempo que muita gente passa catando
dinheiro para um longa).
O cinema de mercado hoje está muito bem servido, graças a D'us, com
fartura de produtoras e distribuidoras prá ninguém botar defeito. Qual
é o papel do Estado, no caso, o município, neste latifúndio?
Qual a vocação da Riofilme, uma distribuidora pequenininha, abandonada
logo ali nas Laarnjeiras? Ulimamente tem sido a Geni da Cultura
Carioca. Reformamos as casas casadas, O que faz ali, um museu, um
centro comunitário, uma videoteca? Joga ali a tia Geni. Tira ela da
Cinelândia que tá caro e coloca nas laranjeiras ( e aí jogam a
"titia"numa casa enorme e semi abandonada e de custeio caro).
Que filmes lançar, grana não tem? E a;i fica tudo muito caro, muito
indigente. Shazam! Chega o Capitão Marvel e propõe a privatizaçãp
disfarçada. E nós aceitamos.
O Rio de Janeiro ficará sem mecanismos de incentivo ao cinema cultural, ao cinema
experimental, ao cinema de vanguarda, formador de público e linguagem?
Sou nascido e criado no Rio, quero fazer cinema aqui e
sei que minha cidade tem a vocação para a arte. Tenho toda minha
formação Cultural feita na Cinemateca e no bar do MAM, no Paissandú,
no Lamas (do largo do Machado), no Varanda , no Degrau, na PUC.
A indústria vai bem, obrigado. Ajudemos a Riofime encontrar sua
verdadeira vocação.
Repito: Vem aí olimpíadas, Copa e a Riofilme pode
ser um agente fundamental na mobilização das boas energias artístico e
culturais de jovens artistas e velhos sonhadores como eu.
Beijos
Silvio
Deixemos o mercado para quem entende do assunto